ArtigoDestaques

Violência doméstica em Alagoas: mais de dois mil casos registrados nos últimos três meses

Por Anderson Braga 

A violência doméstica continua sendo uma triste realidade em Alagoas. Nos últimos três meses, o estado contabilizou mais de 2.000 ocorrências envolvendo agressões físicas, psicológicas, ameaças e outros tipos de violência contra mulheres, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP/AL) e da Polícia Militar.

Entre janeiro e março de 2025, foram registradas 2.093 denúncias de violência doméstica apenas pela central 190. O número é considerado alarmante por especialistas e demonstra a persistência de um problema estrutural que afeta diretamente milhares de alagoanas.

Durante os dois primeiros meses do ano, 444 mulheres procuraram ajuda após sofrerem agressões no ambiente doméstico. O número inclui desde casos de agressão verbal e psicológica até situações de tentativa de feminicídio.

Março também foi marcado por um alto índice de registros. Em apenas um único dia do mês, 11 casos foram registrados pela Polícia Militar, número que ilustra a frequência com que essas ocorrências acontecem. Estimativas sugerem que o ritmo de notificações se manteve constante durante os meses seguintes, abril e maio.

Além das denúncias, o número de prisões em flagrante também chama atenção. Entre janeiro e março, 285 agressores foram detidos por violência contra a mulher. O Tribunal de Justiça de Alagoas, por sua vez, concedeu 861 medidas protetivas em apenas dois meses, o que representa uma média superior a 13 por dia.

Os bairros com maior número de registros continuam sendo Benedito Bentes, Cidade Universitária e Jacintinho, todos em Maceió. As vítimas, em sua maioria, são mulheres entre 30 e 59 anos, mas também há grande incidência entre jovens de 18 a 29 anos, especialmente nos casos de violência sexual.

Diante do cenário, autoridades reforçam a importância das denúncias e da busca por ajuda. A Polícia Militar, o Ministério Público e o Poder Judiciário têm intensificado as ações de combate à violência doméstica, incluindo capacitações, plantões especializados e atendimento humanizado nas delegacias.

Contudo, o aumento das estatísticas também levanta um alerta: é preciso avançar não apenas na repressão, mas sobretudo na prevenção, com educação de base, fortalecimento de políticas públicas, apoio psicológico às vítimas e responsabilização efetiva dos agressores.

A violência contra a mulher é uma chaga social que exige atenção constante e ações articuladas entre poder público e sociedade civil. Em Alagoas, os números falam por si — e cobram urgência em medidas que vão além das estatísticas.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo