
Por Anderson Braga
Uma mulher suspeita de comandar um amplo esquema de golpes contra idosos foi presa nesta terça-feira (11), em Maceió, durante uma operação deflagrada pela Delegacia de Crimes Contra Vulneráveis. A investigação, conduzida pela delegada Rebeca Cordeiro, teve início em 2023 e já contabiliza 26 boletins de ocorrência registrados por vítimas lesadas ao longo dos últimos anos.
De acordo com a Polícia Civil, a suspeita começou a atuar em uma agência do Banco do Brasil, no bairro da Mangabeiras, onde se aproximava de idosos interessados em contratar empréstimos. Com o passar do tempo, ela passou a se deslocar para outros pontos da capital, abrindo escritórios no Centro de Maceió e mudando-se com frequência, o que dificultou sua localização e ampliou o alcance do esquema.
Segundo a delegada Rebeca Cordeiro, o golpe era estruturado de forma a gerar confiança. “Ela fazia o empréstimo direitinho, mas sempre havia uma parte que não era repassada. Depois, fazia refinanciamentos e renovações, e esse dinheiro também não chegava ao idoso”, explicou. Em alguns casos, a mulher chegou a abrir contas digitais em nome das vítimas, por onde movimentava os valores, além de emitir cartões de crédito vinculados aos dados pessoais dos aposentados.
Durante o cumprimento do mandado de prisão, policiais civis apreenderam cartões bancários, maquinetas, celulares e computadores. Todo o material será analisado pela perícia, que deverá aprofundar a investigação e identificar possíveis ramificações do esquema.
As vítimas são, em sua maioria, aposentados residentes em Maceió, mas há registros também nos municípios de Pilar e São Miguel dos Campos. Em alguns episódios, a suspeita chegava a buscar as vítimas em casa para levá-las ao local onde o golpe seria aplicado, reforçando o vínculo de confiança e dificultando a percepção da fraude.
A mulher deverá responder por estelionato contra idosos, crime previsto com agravante devido à vulnerabilidade das vítimas. A Polícia Civil acredita que o número de lesados pode ser maior do que o identificado até o momento e orienta possíveis vítimas a procurarem a Delegacia de Vulneráveis para registrar ocorrência.
“Ela é a principal responsável pelo esquema, mas estamos verificando se há outros envolvidos, como pessoas que ajudavam a levar as vítimas até ela”, afirmou a delegada.




