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A gratidão e a ingratidão na política

A palavra “ingrato” tem origem no latim “ingratus” e, na língua portuguesa, é um adjetivo que descreve uma pessoa que não demonstra gratidão pelo que lhe foi concedido. Podemos afirmar que o ingrato não reconhece o mérito de quem lhe estendeu a mão.

Quanto à política, a ingratidão também pode se manifestar. Alguns afirmam que um apoiador é ingrato quando recebe vantagens do político e não as retribui com votos em eleições futuras. Por exemplo, imagine uma cidade onde as pessoas seguiram um prefeito por cinco eleições consecutivas, incluindo a eleição do seu sucessor. Agora, esse mesmo ex-prefeito decide não participar mais do grupo político, sem sequer consultar a opinião daqueles que sempre o acompanharam. Seria ele ingrato com seus seguidores?

A lealdade entre políticos e seus apoiadores é um tema complexo. Muitas vezes, vemos alianças entre adversários antagônicos na política, e os apoiadores fiéis raramente são consultados sobre mudanças. Nesse cenário, quem seria o ingrato: o político que não considera a opinião dos apoiadores ou os apoiadores que não concordam com a mudança?

Em Penedo, houve uma mudança drástica com a aliança de dois grupos políticos improváveis. Os líderes desses grupos não consultaram seus apoiadores sobre essa decisão. Seriam aqueles que não participaram das decisões ingratos? Ou o ex-prefeito que não perguntou a opinião de seus apoiadores também seria considerado ingrato?

No final das contas, a percepção de ingratidão varia conforme o olhar de cada pessoa e a forma como ela interpreta os acontecimentos. Cada um vê aquilo que lhe interessa, seja ser grato ou ingrato e, para alguns a palavra ingratidão convém bastante na criação da narrativa de que sempre estendeu a mão e não teve a devida retribuição.

Por Anderson Braga

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