Advogado é baleado em Arapiraca após cobrar honorários; OAB repudia ataque e acompanha investigação
Leandro Galvão, também policial militar da reserva, foi alvo de uma tentativa de homicídio em frente ao próprio escritório. Ordem dos Advogados promete rigor na defesa das prerrogativas da profissão

Por Anderson Braga
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) confirmou que o advogado Leandro Galvão foi vítima de um atentado a tiros, nesta quinta-feira (31), no bairro Cavaco, em Arapiraca, no Agreste de Alagoas. Segundo a entidade, o ataque está relacionado à cobrança de honorários advocatícios — informação que foi divulgada pelo presidente da subseção da OAB em Arapiraca, Daniel Fernandes.
De acordo com testemunhas e imagens de câmeras de segurança, dois homens em uma motocicleta se aproximaram do escritório onde o advogado atua. Um dos ocupantes desceu do veículo e efetuou os disparos, atingindo Leandro Galvão em frente ao imóvel. A vítima foi socorrida por populares e encaminhada ao Hospital de Emergência do Agreste (HEA), onde permanece sob cuidados médicos. Seu estado de saúde não foi divulgado até o momento.
A Polícia Civil trata o caso como tentativa de homicídio e já iniciou diligências para identificar os autores do crime. A motivação — ligada à cobrança de honorários — reforça a gravidade da violência contra profissionais que exercem funções essenciais à justiça.
Leandro Galvão, além de advogado atuante, é policial militar da reserva, o que torna o episódio ainda mais emblemático no que se refere à segurança de agentes públicos.
A OAB, por meio de sua comissão de prerrogativas, foi acionada para acompanhar de perto o caso e prestar apoio à família do advogado. O presidente da subseção de Arapiraca, Daniel Fernandes, informou que manteve contato direto com o presidente da seccional alagoana, Vagner Paes, que garantiu total apoio institucional.
“Não aceitaremos intimidações. A defesa das prerrogativas não é uma escolha, é um dever inegociável”, afirmou Daniel Fernandes em nota oficial. A entidade também reforçou que acompanhará o inquérito policial e cobrará rigor na apuração e punição dos responsáveis.
O episódio reacende o debate sobre a vulnerabilidade de profissionais do Direito, especialmente em regiões onde a cobrança legal de valores ou o exercício da função acabam sendo interpretados como afrontas pessoais por parte de clientes ou terceiros. A OAB reforça que qualquer tentativa de cercear a atuação de advogados é também uma ameaça ao Estado Democrático de Direito.