
Faltou criatividade, faltou poder de decisão, mas, acima de tudo, faltou espaço.
Não tem como fazer uma análise justa do empate entre Brasil e Costa Rica, pela primeira rodada do Grupo D, sem deixar claro o quanto os campos reduzidos da Copa América prejudicam a seleção brasileira e favorecem equipes que entram em campo para se defender.
Os 100m x 64m do estádio de Los Angeles (5m x 4m a menos do que o padrão Fifa) colaboraram para que o ferrolho costarriquenho encaixotasse um Brasil que teve nítida dificuldade nas tomadas de decisão. Por mais balançasse o campo girando a bola de um lado para o outro, a equipe não encontrava espaços e se via invariavelmente com dois marcadores no cangote. A Costa Rica baixava o bloco e forçava que o jogo fosse disputado em praticamente um terço do gramado já reduzido.
Os chutes de média distância pareciam uma alternativa óbvia, mas foram pouco utilizados. Não por acaso, foi dessa maneira que Lucas Paquetá e Guilherme Arana levaram mais perigo ao gol de Sequeira. Os apenas três chutes na direção do gol em 19 finalizações evidenciam o quanto faltou refino para o Brasil na fase ofensiva.
A Costa Rica até que tentou subir a marcação nos minutos iniciais e logo percebeu que não daria muito certo. A Brasil conseguia sair da pressão, apesar de faltar velocidade na transição para chegar ao ataque – com exceção a bons passes longos de Bruno Guimarães pela direita.
A partir dos 20 minutos, o rival estacionou um ônibus na frente da área com uma linha de cinco, e o Brasil se debruçou no campo de ataque. Domínio absoluto, volume de jogo também, mas que, paradoxalmente, favorecia as ações defensivas.
Seja pelas dimensões reduzidas do gramado, pela falta de velocidade no giro da bola ou por não arriscar tanto de fora da área, o Brasil ficou amarrado e não saiu do zero. Fica de lição para a sequência de uma Copa América onde não dá mais para errar. O problema está aí, restam três dias para encontrar soluções e “inventar” espaços.
Fonte: GE