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Caso de silicone industrial em Arapiraca: novas vítimas elevam para cinco o número de mulheres internadas

Por Anderson Braga

A Polícia Civil de Alagoas confirmou, nesta quinta-feira (9), que mais duas mulheres foram hospitalizadas após procedimentos realizados por uma dentista em Arapiraca, suspeita de aplicar silicone industrial nos glúteos de pacientes. Com isso, cinco pessoas permanecem internadas no Hospital Regional do Agreste, algumas delas submetidas a cirurgias para a retirada do material.

De acordo com o delegado Matheus Henrique, responsável pela investigação, o caso tem se ampliado à medida que novas vítimas procuram a delegacia para registrar denúncia. “Estamos buscando mais informações sobre o inquérito que foi aberto. Até o momento, cinco pessoas estão hospitalizadas e trabalhamos para responsabilizar a profissional que praticou esses atos ilícitos”, declarou o delegado.

O material utilizado nos procedimentos foi apreendido e será encaminhado para perícia química forense, a fim de identificar sua composição. “Há dúvida se o produto era vaselina ou silicone industrial. Estamos empenhados em concluir o inquérito e responsabilizar todos os envolvidos”, acrescentou Matheus Henrique.

Segundo o delegado, as vítimas relataram que não sabiam que estavam recebendo silicone industrial e acreditavam se tratar de um produto estético autorizado. “Algumas precisaram passar por cirurgias para remover o material aplicado em seus corpos. Elas ainda não foram ouvidas formalmente devido à internação, mas em breve teremos o relatório completo”, informou.

A dentista investigada ainda não foi ouvida, mas não é considerada foragida. O Conselho Regional de Odontologia de Alagoas (CRO-AL) determinou a suspensão cautelar das atividades da profissional por 30 dias e abriu processo ético-disciplinar. A atuação da dentista violou a Resolução CFO-267/2021, que proíbe procedimentos corporais invasivos fora dos limites da odontologia.

O inquérito conduzido pela Polícia Civil apura os crimes de exercício ilegal da medicina e lesão corporal de natureza gravíssima. A Vigilância Sanitária também foi acionada para acompanhar o caso e avaliar possíveis irregularidades no local onde os procedimentos foram realizados.

As investigações continuam, e novas denúncias podem ampliar o número de vítimas.

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