Por Anderson Braga
Uma mulher de 37 anos foi resgatada pela Polícia Militar na tarde de terça-feira (26) após viver mais de 15 dias em cárcere privado, sendo submetida diariamente a abusos sexuais e tortura psicológica pelo ex-companheiro e um comparsa. O caso chocante aconteceu em um imóvel na Travessa Carlos Ferreira Lima, no bairro Jacintinho, em Maceió, em uma área de difícil acesso.
De acordo com a polícia, o ex-companheiro, inconformado com o fim do relacionamento, teria planejado a vingança e contado com a ajuda de um amigo para manter a vítima no cativeiro. Ela só conseguiu pedir socorro quando o agressor cochilou, momento em que pegou o celular e enviou uma mensagem à patroa, que acionou a Polícia Militar.
O Centro de Operações da PM (Copom) repassou a denúncia ao 13º Batalhão, responsável pela segurança da região. Com apoio de moradores, os policiais localizaram o imóvel e encontraram a vítima em estado de choque e bastante debilitada. Ela foi socorrida ao Hospital Geral do Estado (HGE) e encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para exames de rotina.
“Ela relatou ter sido violentada diariamente pelos dois. O ex-companheiro arquitetou o crime e chamou o amigo para participar. Quando chegamos, ela estava trancada em um quarto. O ex foi preso no local, enquanto o comparsa conseguiu fugir”, informou o capitão Everton Estevan, subcomandante do 13º Batalhão da PM.
Segundo a corporação, o agressor usava uma faca para ameaçar a vítima, mantendo-a incomunicável durante todo o período em que esteve presa. O major Daniel Souza, também do 13º BPM, destacou a gravidade do caso: “Começou como cárcere privado e terminou como estupro. Ela foi violentada todos os dias.”
A delegada Ana Luiza Nogueira, coordenadora das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs), confirmou a abertura de inquérito para apurar os crimes de cárcere privado, violência doméstica e estupro. Também foi oferecido suporte à vítima por meio da rede de proteção.
O homem preso foi autuado por sequestro, cárcere privado, violência doméstica e estupro. A Polícia Militar pede que qualquer informação sobre o paradeiro do comparsa foragido seja repassada ao Disque-Denúncia 181 ou diretamente ao 13º BPM.
