Nos dois anos dos ataques golpistas, governo faz ato com ‘abraço pela democracia’ e retorno de obras restauradas
Presidente Lula reunirá representantes dos demais poderes em atos no Planalto e na Praça dos Três Poderes. Quadro As Mulatas e relógio do século XVII estão entre as obras recuperadas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai participar nesta quarta-feira (8) de uma cerimônia em defesa da democracia nos dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O evento será realizado no Palácio do Planalto, um dos prédios vandalizados pelos golpistas. Durante o ato, serão reintegradas ao espaço físico do palácio obras de artes danificadas pelos vândalos que agora foram restauradas. Haverá um abraço simbólico à democracia na Praça dos Três Poderes.
O governo separou em quatro partes a cerimônia, que contará com a presença de parlamentares e juristas representando o Congresso Nacional e o Judiciário.
Em 2024, Congresso e STF organizaram atos para marcar um ano dos ataques. Em 2025, Lula decidiu realizar atos no Planalto, sede do Poder Executivo. O evento, contudo, não terá a presença de todos os chefes de poderes.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não confirmou presença na solenidade. Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do STF, Luís Roberto Barroso, já informaram que não participarão dos atos.
O ministro Luiz Edson Fachin, vice-presidente do STF, estará na solenidade. O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), representará a Casa na solenidade, que deve ter a presença dos comandantes das Forças Armadas.
Reintegração de obras
Marcado para as 9h30, o primeiro ato da cerimônia terá a reintegração ao acervo do governo de obras de arte que foram vandalizadas por golpistas. O Planalto escolheu destacar o retorno de um relógio de pêndulo do século XVII e de uma ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada por simbolizarem a dificuldade do processo de reparo.
Segundo o governo, serão entregues 21 obras restauradas em um laboratório montado no Palácio da Alvorada e o relógio histórico, que teve de ser enviado à Suíça para ser consertado.
O relógio foi feito por Balthazar Martinot, relojoeiro da corte francesa, e foi trazido ao Brasil por Dom João VI, que se tornou rei de Portugal. A peça é feita de casco de tartaruga e com um bronze que não é fabricado há dezenas de anos.