Parlamento do Japão elege Sanae Takaichi, primeira mulher a ser primeira-ministra no país
Takaichi substituirá o primeiro-ministro Shigeru Ishiba, encerrando um vácuo político de três meses e uma intensa disputa interna desde a derrota eleitoral do Partido Liberal Democrata em julho.

Por G1
O parlamento do Japão elegeu na terça-feira (21) a conservadora Sanae Takaichi como a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra do país. A informação foi confirmada pela agência de notícias Associated Press (AP).
Takaichi, de 64 anos, foi eleita líder do enfraquecido Partido Liberal Democrata (PLD) no início de outubro. Agora, ela substitui Shigeru Ishiba, que foi forçado a renunciar após duas derrotas eleitorais desastrosas.
A primeira-ministra eleita é ex-ministra dos Assuntos Internos e da Segurança Econômica e tem uma agenda fiscal expansionista voltada para a quarta maior economia do mundo.
Segundo a AP, agora eleita, Takaichi deve apresentar um gabinete composto por aliados do influente Taro Aso — o principal “cacique” do partido — e outros que a apoiaram na eleição interna da legenda.
Takaichi assume o cargo em meio a forte pressão, já que enfrenta o desafio imediato de conter a inflação e apresentar até o fim de dezembro um pacote de estímulos capaz de responder ao crescente descontentamento da população.
Apesar de se tornar a primeira mulher a liderar o governo japonês, Takaichi não coloca a agenda de igualdade de gênero ou diversidade entre suas prioridades.
Conhecida por posições conservadoras, ela se opõe a medidas que ampliem os direitos das mulheres, defende a sucessão imperial exclusivamente masculina, rejeita o casamento entre pessoas do mesmo sexo e não apoia a possibilidade de casais adotarem sobrenomes diferentes.
Discípula do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado em 2022, Takaichi tende a seguir a linha política de seu mentor — com foco no fortalecimento militar, no crescimento econômico e na revisão da constituição pacifista. No entanto, diante de uma base de apoio instável, permanece incerto até que ponto ela conseguirá implementar essa agenda.