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Faraó FM não fazia caridade, só politicagem

Sou natural de uma cidade antiga, beira de rio e com casarões coloniais. Como eu já tinha dito, uma certa época abriram uma rádio bem mequetrefe lá no município. A Faraó FM, vulgarmente chamada pela população de Fedor de Boca FM.

Como eu já havia explicado, os locutores que lá trabalhavam tinham uma péssima fama, envolvidos com o que havia de pior. Para terem a noção, dever no comércio local era comum a todos e a fama de velhacos dos locutores já não existia mais fronteiras, ultrapassando as divisas do nosso município.

Um belo dia, uma senhora carente da nossa cidade precisou de uma ajuda financeira para poder consertar a casa dela. Uma casa simples e que necessitava de alguns reparos.

Rapidamente os dois locutores da Fedor de Boca FM souberam dessa senhora e foram procurá-la, dizendo que eles poderiam ajudar com uma campanha ao vivo na rádio.

Wilson e Matos Rosé, dois locutores mais sujos que pau de galinheiro, começaram uma campanha para arrecadar dinheiro, comida e roupas. Era o dia inteiro nas ondas de rádio repetindo que a senhora precisava, que a população tinha que ajudar.

Muitos conterrâneos se compadeceram e ajudaram. Contudo, em nenhum momento Wilson e Matos José procuraram os órgãos legais para que o problema da senhora fosse realmente resolvido definitivamente. O que ficava claro para todos da cidade é que os dois cuspidores de microfone queriam fazer politicagem, como eles bem entendiam, usando a rádio Faraó. A ideia nunca foi ajudar a pobre senhora.

Um belo dia, estava eu na praça e em uma roda de amigos, tocamos nesse assunto, da campanha beneficente do Wilson e do Matos José. Entre um questionamento e outro, percebemos que nenhum de nós tínhamos contribuído com a campanha. E chegamos a conclusão que faltava credibilidade aos responsáveis pela campanha. Muitos se questionaram se pessoas com péssimas condutas na sociedade poderiam realmente fazer uma campanha e se a ajuda chegou a quem realmente precisou.

Não seria difícil vermos Wilson e Matos Rosé gastando o dinheiro arrecadado com bebidas e farras. Afinal, a fama de enrolados dos dois era enorme. Para evitarmos o desvio das doações, decidimos entregar o dinheiro e as doações em mãos da pobre senhora. Nunca iríamos dar carne a gato, ou melhor, dar carne a gatunos.

Por O Misterioso

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