Teve início na manhã desta quarta-feira o julgamento do caso Roberta, jovem assassinada em circunstâncias que ainda estão sendo esclarecidas pela Justiça. A sessão começou com o sorteio dos jurados e seguiu com a oitiva das testemunhas convocadas pela acusação e defesa.
O primeiro a depor foi o policial civil Weber, que à época do crime ocupava o cargo de chefe de operações. Em seu depoimento, Weber relatou que, inicialmente, a investigação foi conduzida como um caso de desaparecimento. No entanto, com o avanço das apurações, surgiu uma nova linha investigativa que apontava o então namorado da vítima como um dos possíveis executores do crime.
Já fora do caso por conta de uma transferência de setor, Weber contou ter tomado conhecimento posteriormente de um áudio em que o acusado Bruno também seria citado como participante do crime. Apesar disso, o policial afirmou categoricamente que, enquanto esteve à frente da investigação, não encontrou indícios que ligassem Bruno à execução do delito.
A segunda testemunha a ser ouvida foi a mãe da vítima. Em um depoimento comovente, ela relatou os últimos momentos que passou com a filha, que havia ido passar a Sexta-feira Santa em sua companhia. Segundo a mãe, foi durante essa visita que Roberta anunciou sua gravidez. A testemunha contou ainda que, após a revelação, dirigiu-se à casa da sogra da filha para compartilhar a notícia.
A mãe descreveu o momento em que percebeu o desaparecimento da filha, logo após a jovem sair de uma consulta de pré-natal no posto de saúde. Em sequência, relatou que um conhecido — pai de um dos amigos do namorado da vítima — mencionou a existência de um áudio em posse da Polícia Civil há pelo menos dois meses, no qual Bruno confessaria o crime.
Em um dos trechos mais impactantes do depoimento, a mãe relatou como foi informado o achado do crânio de Roberta e como, a partir desse momento, passou a buscar, por conta própria, os demais restos mortais da filha, até encontrá-los.
O julgamento segue com novos depoimentos ainda na tarde de hoje e nos previstos para os próximos dias. A expectativa é de que o júri popular leve vários dias para ouvir todas as testemunhas e analisar as provas antes de chegar a um veredicto.
Por Anderson Braga
