Todos sabem que venho de uma cidade pequena, banhada por um rio e com casarões coloniais. De vez em quando eu viajo e passo uns dias fora da minha cidade, sem ver os amigos e conhecidos. Mas os causos não deixam de acontecer e sempre tem gente para me contar.
Pois bem, muitos já conhecem o meu amigo Maiquinho Bestão, colega meu de infância que passou a andar com as piores companhias e passou a fazer uso de doses cavalares de álcool etílico. Sempre visto pelos lugares da cidade em completo estado de embriaguez.
Um certo tempo, o irmão do Maiquinho Bestão, o Marcílio Falastrão, decidiu ser candidato a presidente de um bairro lá na cidade. Todos sabiam que Marcílio não tinha chances, até pq ele já tinha sido presidente e tinha enrolado muitas pessoas. Era o verdadeiro pai da mentira. E o que é pior, nem no bairro ele morava. Quando o povo descobriu essa picaretagem, ninguém mais queria a família do Maiquinho Bestão como representante.
Mas mesmo assim, Maiquinho Bestão tomou a frente dessa campanha fadada ao fracasso. Fez o que podia e o que não podia. Trazia gente de outros bairros para fazer volume e passava os dias no megafone falando que o irmão dele, o Marcilio iria ganhar nos braços do povo.
O problema é que Maiquinho Bestão não conseguia perceber que ele e o irmão não eram mais bem vindos no local.
Chegou o dia da votação, e o Maiquinho Bestão, completamente embriagado e no meio da rua, ameaçando os eleitores e falando mal de todos, não deu outra e o irmão do Maiquinho tomou uma surra homérica nas urnas. Foi um cacete tão grande, que Maiquinho Bestão precisou tomar álcool da bomba de combustível para poder afogar a pisa.
Maiquinho Bestão saiu caminhando pelo mundo, gritando que o povo escolheu Barrabás e passou dias desaparecido da cidade. Rezam as lendas que Maiquinho Bestão ainda hoje caminha embriagado pelas estradas e pedindo recontagem dos votos.
Por O Misterioso
