Seis suspeitos morrem em confrontos durante megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro

Por Anderson Braga
Pelo menos seis suspeitos morreram em confrontos com a Polícia Militar durante a madrugada desta sexta-feira (10), em meio a uma grande operação integrada de segurança pública contra o Comando Vermelho (CV) em diversas regiões do Rio de Janeiro. A ação ocorre um dia após a morte de Ygor Freitas de Andrade, o “Matuê”, apontado como um dos principais chefes da facção, morto em confronto com a Polícia Civil.
De acordo com a corporação, os seis suspeitos foram mortos no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, Zona Norte da capital fluminense, durante uma incursão do 41º Batalhão da PM (Irajá). As equipes, segundo a polícia, foram recebidas a tiros e reagiram. Nenhum agente ficou ferido.
Operação Contenção
As ações desta sexta-feira fazem parte da Operação Contenção, uma mobilização permanente das forças de segurança para frear o avanço territorial do Comando Vermelho na Região Metropolitana do Rio. A ofensiva envolveu incursões simultâneas em 15 comunidades e bairros, em diferentes pontos do estado.
O objetivo, segundo a Polícia Civil, é desarticular a estrutura financeira, logística e operacional da facção criminosa, além de capturar lideranças e impedir novas invasões a comunidades rivais. Desde o início da operação, em abril, 98 suspeitos foram presos e outros 10 mortos em confrontos, conforme balanço divulgado nesta manhã.
Morte de “Matuê” e impacto na facção
Um dos principais alvos das forças de segurança, Ygor Freitas de Andrade, conhecido como Matuê, foi morto na quinta-feira (9) durante um cerco policial. Ele comandava o tráfico nas comunidades da Gardênia Azul e da Chacrinha, na Zona Oeste, e era considerado peça-chave na estratégia de expansão da facção.
Contra Matuê havia três mandados de prisão em aberto. As investigações apontam que ele coordenava as recentes invasões do CV em áreas dominadas por grupos rivais e teria participado do ataque que matou o policial civil José Antônio Lourenço, em maio deste ano.
De acordo com o chefe da Polícia Civil, Felipe Curi, a ação que resultou na morte de Matuê foi planejada com precisão:
“Estávamos monitorando esse marginal há muito tempo. Hoje, foi feita uma operação cirúrgica para capturá-lo. No momento da abordagem, ele e os seguranças reagiram e foram neutralizados”, afirmou.
O secretário de Polícia Civil destacou ainda que a comunidade da Chacrinha funciona como um ponto estratégico para o Comando Vermelho. “É dali que os criminosos articulam a expansão para a Zona Oeste”, disse.
Clima de tensão e reforço policial
Com a morte de Matuê e o aumento das operações, o clima é de tensão em várias comunidades da capital. A Secretaria de Segurança Pública informou que as ações continuarão nos próximos dias, com foco na captura de foragidos e no bloqueio de rotas usadas pela facção para o transporte de drogas e armas.
As autoridades reforçam que a Operação Contenção não tem prazo para terminar. O objetivo, segundo o governo do estado, é “retomar territórios e enfraquecer definitivamente o poder bélico e financeiro do Comando Vermelho no Rio de Janeiro”.