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Greve da educação em Alagoas começa com ato público e forte crítica ao governo Paulo Dantas

Por Anderson Braga

O primeiro dia de greve da rede pública estadual de educação de Alagoas foi marcado por uma grande mobilização nas ruas da capital, nesta terça-feira (1º). Organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), o protesto reuniu educadores e caravanas vindas de diversas regiões do estado, em um ato que denunciou a estagnação nas negociações com o governo e exigiu valorização da categoria.

Com data-base em maio, os profissionais da educação cobram o avanço na pauta de reivindicações, que inclui reajuste salarial, melhoria na infraestrutura das escolas, melhores condições de trabalho e políticas efetivas de valorização. A categoria rejeitou, em assembleia, a proposta de reajuste de 4,83% apresentada pelo governo Paulo Dantas e aprovou o início da greve para esta terça, logo após o recesso escolar.

A manifestação teve início na Praça do Centenário e seguiu em caminhada pelas principais vias da cidade até o Centro de Maceió. Uma das principais paradas foi em frente à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), onde dirigentes do Sinteal cobraram a abertura de diálogo com a secretária Renata Santos e a destinação adequada dos recursos do Fundeb.

“Nós estamos aqui para dizer que não aceitamos esta forma de negociação com as trabalhadoras, esta falta de respeito. Só voltaremos às atividades quando cada item da nossa pauta for negociado. Chega de desvalorização em Alagoas”, declarou o presidente do Sinteal, Izael Ribeiro.

A vice-presidenta da entidade, Consuelo Correia, também cobrou que o governo aplique corretamente os recursos destinados à educação. “Queremos o recurso do Fundeb aplicado efetivamente. Não estamos pedindo favor, é nosso direito. A valorização dos profissionais da educação é uma condição indispensável”, afirmou.

Sem serem recebidos na Sefaz, os manifestantes seguiram até o Palácio do Governo, onde permaneceram concentrados até o início da tarde, com palavras de ordem direcionadas ao governador. “Educação na rua, governador, a culpa é sua” foi um dos gritos mais entoados durante o ato, que acusou Paulo Dantas de traição à categoria por não cumprir promessas de valorização profissional.

O protesto contou ainda com a presença e apoio de representantes da Central Única dos Trabalhadores de Alagoas (CUT/AL) e de sindicatos dos urbanitários e bancários. Izael Ribeiro informou que a greve continuará e que uma avaliação do movimento será feita em todo o estado nos próximos dias. “Seguimos firmes até que o governador decida negociar. Na quinta-feira (3), participaremos de um debate nacional sobre o Plano Nacional de Educação”, destacou.

Plebiscito Popular ganha espaço no ato

Durante a mobilização, o Sinteal também lançou o Plebiscito Popular Por um Brasil Mais Justo, uma consulta pública que seguirá até 7 de setembro. A proposta é ouvir a população sobre temas como o fim da escala 6×1, a redução da jornada de trabalho sem redução salarial e a taxação dos super-ricos. A iniciativa prevê isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e cobrança progressiva para quem recebe acima de R$ 50 mil por mês. O resultado será encaminhado ao presidente Lula, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal em outubro.

A greve dos profissionais da educação reforça o crescente descontentamento com as políticas adotadas pelo governo estadual no setor e promete continuar pressionando por avanços concretos na pauta da categoria.

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